“A dream, dictating its own course”
On Ralph Gibson’s Photobook Trilogy, 1970–1974
DOI:
https://doi.org/10.51427/com.jcs.2022.0015Palavras-chave:
Ralph Gibson, livro de fotografia, Jorge Luis Borges, Lustrum Press, Alfred Stieglitz, Nouveau Roman, surrealismoResumo
Este artigo oferece uma análise da trilogia de livros de fotografia do fotógrafo americano Ralph Gibson, publicada pela sua própria editora Lustrum Press, e composta por The Somnambulist (1970), Déjà-vu (1973) e Days at Sea (1974). O sucesso da trilogia tornou visível um mercado considerável para livros de fotografia altamente pessoais, no que viria a transformar-se uma tendência na fotografia artística contemporânea. Iluminando a estrutura de significação visual de cada volume, este artigo oferece, pela primeira vez, uma análise aproximada do método de sequenciação aplicado por Gibson à forma do livro. A lógica interna de cada publicação é, também, informada por aproximações a referências importantes dos domínios da arte, da fotografia e da literatura do século XX, como, por exemplo, as ficções de Jorge Luis Borges, as fotografias de nuvens de Alfred Stieglitz, e o Nouveau Roman de Marguerite Duras e Alain Robbe-Grillet. Este artigo argumenta que a sequenciação de imagens foi uma estratégia epistemológica usada por Gibson para dar prioridade a relações arbitrárias entre duas imagens vizinhas, sem pôr em causa a fidelidade de cada fotografia à verdade do real perceptível. Ao empregar esta táctica, o fotógrafo conciliava, nos seus livros, a objectividade da imagem com uma propensão subjectiva para a narrativa e a imaginação. A recusa da manipulação ostensiva e de assuntos chocantes conduziu o seu trabalho a um "surrealismo da percepção", que é possível situar na tradição da fotografia surrealista preconizada por André Bazin ou Brassaï.
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