A Turn to Reception

Readers and Reading in the Contemporary Photobook Ecology

Resumo

Na viragem do milénio, alimentado por cânones emergentes, por uma narrativa de descoberta e por contextualizações artísticas e históricas, o livro de fotografia obteve um lugar central no interesse de fotógrafos, investigadores e coleccionadores. Como consequência, nasceu uma comunidade que passou a ocupar-se da criação de eventos, plataformas e publicações especificamente relacionados com o livro de fotografia, criando espaço para se aprofundar processos e produtos relacionados com a fabricação de livros. Hoje, o livro de fotografia entra numa nova fase. Enquanto instituições estabelecidas abraçam a fotografia em papel com mais facilidade e o frenesi do fenómeno do livro de fotografia esmorece, um movimento crítico emergente procura endereçar a sustentabilidade, a recepção e a herança do medium no pós-milénio. Este artigo argumenta que um aspecto fulcral para estas novas discussões será a questão, antes posta de lado, da leitura, e como esta pode contribuir para o discurso predominante, tradicionalmente orientado para a produção. Examinando a literatura que existe sobre este assunto e assuntos periféricos, associando-a a uma meditação sobre as actividades do próprio autor, e endereçando um conjunto de iniciativas contemporâneas relacionadas com os livros de fotografia, argumenta-se que há três desafios contemporâneos que podem travar a visibilidade e a compreensão da leitura de livros de fotografia. Das dificuldades que se se enfrenta ao falar-se sobre livros, à ausência de um espaço que acomode a leitura, e ao nível ainda moderado de interesse nesta actividade elusiva, cada tópico é delineado e expandido individualmente, antes de ser equacionado como crucial na construção de um futuro mais inclusivo e significativo para o livro de fotografia.