"I’m painting death"
Ekphrasis and Precarious Inspiration in Louise Erdrich’s Shadow Tag
DOI:
https://doi.org/10.51427/com.jcs.2022.0008Palavras-chave:
Laura Eidt, musa, pintura, pós-colonial, relação, romance de artistaResumo
A literatura-mundo pode ser hoje entendida como incluindo as literaturas do mundo, especialmente as literaturas que têm sido sub-representadas. Pode também estar associada a outras artes, como a pintura, e examinar relações intertextuais e intermediais para a construção do “cânone”. Assim, examino neste ensaio o papel da écfrase no romance Shadow Tag (2010), da artista Louise Erdrich, com a ajuda da tipologia de Laura Eidt para a análise das écfrases na literatura e no cinema. Neste romance, são retratadas pinturas fictícias, bem como são discutidas obras reais, tais como, entre outras, as de George Catlin, em contraste com a Arte Nativa Americana. Em Shadow Tag, a écfrase está intimamente ligada às frequentemente difíceis relações intra-familiares, nomeadamente entre o pintor protagonista, Gil, e a sua esposa e musa, Irene. As obras de arte de Gil, em geral, e especificamente a sua série “América”, estão ligadas ao tema do colonialismo, uma vez que as suas pinturas evocam imagens do corpo indígena (nativo-americano) explorado, bem como ao tema das relações de género. A atitude de Gil para com a sua obra e a sua musa oscila entre a atracção e a repulsa, alimentando assim a sua pintura, enquanto Irene experiencia um descontentamento crescente. As écfrases são fortemente influenciadas pelo respectivo focalizador narrativo, muitas vezes ao ponto de a representação e o retrato não se poderem distinguir. Este tema imanente da percepção é desenvolvido na escrita de Irene e na construção narrativa do texto.
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